quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Paixões : Dança do Ventre em Aveiro (Dança Oriental em Aveiro)

"Na Dança, a técnica é importante, mas não me faz perfeita. A técnica está pré-feita. Logo, por muito que aprenda, não é Tudo o que preciso saber. Saciarei o assombro da minha curiosidade nas mais pequenas coisas e deixar-me-ei influenciar por isso. São elas que constituem a vida e a Dança é essa mesma Vida. A minha. Quando a Danço, claro.

A técnica dá-me fragmentos, partes que não são a totalidade do "Eu". Preciso da mente e do corpo. Preciso de mim em pleno, para me transformar num veículo do que Sou e do que sINto. Só assim consigo esvaziar-me e preencher-me simultaneamente.

Para mim, a natureza da Dança, está na própria Natureza. Tanto somos Vento em véus multicor, pássaros com as suas asas de Ísis ou cobras em movimentos serpenteados.
Quando dançamos, não nos apercebemos, mas aquela dança é imortal. Jamais conseguirá ser reproduzida de igual forma. Ritualizamos aquele momento. Perpetuamo-lo.
Eu, por mais presunçoso que possa soar, não danço quando me pedem (aí danço outras coisas). Danço quando o corpo grita que precisa de o fazer.

A dança não é o que faço, mas o que sou. Se nesse dia for menos, a Dança terá o poder transformador de me tornar mais. A alegria e a tristeza inspiram-me de igual forma.A dança traduz-me, até mais e melhor do que eu conseguiria fazer.
Não pretendo que todos que me olham, consigam ver e perceber-me. Transcende-me essa consciência racional do saber quem sou enquanto danço, pois naqueles instantes também eu estou a saber-me. A permitir que o "Eu" dançante seja o que que quiser/puder Ser.

Não se trata de obrigação, mas de paixão. Não podemos obrigar-nos a gostar de alguém, certo? Não seria...real? Verdadeiro? Com a Dança passa-se o mesmo.
As paixões são livres, sem exigências, sem o fardo de carregarmos o peso do amanhã nas costas, dão-nos aquela sensação de borboletas no estômago...
e o mais importante: não escolhemos quando nos apaixonamos.

Simplesmente acontece.

É essa paixão que nos escolhe.

No meu caso : a Dança." ©handra

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