
O Sol aqueceu-me o peito, no dia em que decidi voltar a dançar. Ainda existiam demasiadas gavetas abertas, é certo, mas fiz um pacto comigo mesma. Não me prometi. Admiti-me assim, não mais compromisso. Não mais me deleitaria no “para sempre”, nem tão-pouco no “nunca”. Enquanto o meu sorriso abraçava o público, dancei a Luz dos olhares que me rodearam e me preencheram de Amor, como pássaros ao meu redor. Esses olhos siderados que me guiaram e me ondularam o corpo. Fui-me na expressão mais pura dos rabiscos de mim. Regressaram-me as pétalas que as narinas do furacão de ti tentaram arrancar. Fui Mulher. Inteira. E nesse mesmo instante, renasceu a minha tão ingenuidade. Voltei criança que sorri e brinca o tempo todo, pois só se sabe assim, sem que se saiba de facto.
O céu não escureceu nos meus pés, nem a madrugada me levou os sonhos. Danço sem pressa de terminar. Sou ambrosia que sirvo nos passos que dou. Néctar que destilo no suor que sou. E, as vidas que dancei antes, passaram. Comecei por dançar para me encontrar. Não sabia é que mesmo dançando, há danças que perdemos. É preciso. E esta é uma nova dança. A da vida que não parou. Reinventei as minhas roupas. Escolhi as músicas que me fariam libertar das raízes de ti e saíste de mim, assim, passado. O sol voltou a despontar, junto a estes, cuja magia e brilho me entorpeceu.
É neste céu que sei voar. Nestes rodopios que me lembram que há lábios que não voltaremos a beijar, mas que existem músicas e pessoas, que continuarão a pedir-nos para que as dancemos - ©Chandra El Sayed
O céu não escureceu nos meus pés, nem a madrugada me levou os sonhos. Danço sem pressa de terminar. Sou ambrosia que sirvo nos passos que dou. Néctar que destilo no suor que sou. E, as vidas que dancei antes, passaram. Comecei por dançar para me encontrar. Não sabia é que mesmo dançando, há danças que perdemos. É preciso. E esta é uma nova dança. A da vida que não parou. Reinventei as minhas roupas. Escolhi as músicas que me fariam libertar das raízes de ti e saíste de mim, assim, passado. O sol voltou a despontar, junto a estes, cuja magia e brilho me entorpeceu.
É neste céu que sei voar. Nestes rodopios que me lembram que há lábios que não voltaremos a beijar, mas que existem músicas e pessoas, que continuarão a pedir-nos para que as dancemos - ©Chandra El Sayed

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